Capítulo 4 ( Parte 49)

Luan desce as escadas, Mari só vê quando a porta é fechada, ele ia embora imerso em seus pensamentos, algo lhe dizia que a situação ia lhe fugir do controle. Entra no carro, precisava se abrir com alguém. Mais quem? Estava na cara que Vanessa não voltaria pra ele, e não conseguiria isso sozinho, porque tudo agora virava-lhe as costas. Desespero, essa era a palavra que melhor definia o que sentia. Parte pro seu quarto, não trocou uma palavra se quer com quem cruzou seu caminho naquele pouco espaço percorrido, mais uma coisa tinha que agradecer, ninguém ter lhe reconhecido, podia-se dizer que tinha um pouco de sorte. 

 

 

Deita na cama. – O que faria a gora? -  pensava -  o que dizer amanhã? Ela parece decidida, fria, eu preciso de ajuda, não vou conseguir isso sozinho. Pensa rápido e liga pra alguém que mesmo com tudo acontecendo, iria ajudá-lo, sempre tinha os melhores conselhos e dessa vez não seria diferente, seu pai. O telefone chama por três vezes.

 

- Alô? – seu Amarildo atende.

 

- Pai, eu preciso de ajuda, me ajuda por favor eu não sei o que fazer, eu peciso de você, da mãe, da Bruna. – falava desesperado.

 

- Calma Luan, o que está acontecendo? Me conta tudo! – fica preocupado, nunca tinha visto seu filho assim.

 

- A Vanessa pai, ela está grávida e..

 

- Espera, espera! Ela está o quê? – pensa ter entendido errado.

 

- GRÁVIDA! Ela está esperando um filho meu, ela sofreu uma cidente hoje e...

 

- Espera! Um acidente? Ela perdeu o bebê? – do outro lado Bruna e Marizete ficam nervosas, não entendiam, quem estava grávida? Quem perdeu o bebê?

 

 - Não, graças a Deus não, mais eu conversei com algumas pessoas, a mãe dela, a Paula, ela quer criar esse filho sozinha, eu sei que a culpa é minha e...

 

- Espera Luan, você é o pai, pode buscar isso na justiça meu filho – aconselhava fazendo as meninas que escutavam esbugalhar os olhos, quem estava grávida do Luan?

 

- Não, justiça não, eu mereço isso, mais não quero perder minha mulher e meu filho pai, quero os dois, não uma parte deles. Me ajuda, me ajuda, eu não sei o que fazer! – entra em desespero -  Vamos conversar amanhã, eu vi ela hoje e...as coisas não estão nada bem, eu preciso de vocês.

 

Não tinha como negar isso a um filho, mesmo ele tendo cometido um erro, ele precisava deles agora, de sua família, estava sozinho e completamente perdido: - Nós vamos agora, é só o tempo de arrumar as malas, eu a sua mãe e a Bruna, estaremos ao seu lado filho.

 

- Vocês fariam isso por mim? – fala emocionado.

 

- Somos uma família lembra? Só algumas horas nos separam, irei ligar pro piloto do jatinho se me der permissão, aliás é uma emergência.

 

- Claro, claro, total permissão. – Luan respirava mais tranqüilo -  eu aguardo vocês.

 

- Até daqui a pouco então. – Amarildo se despede.

 

- Aonde vamos papai? A essa hora? – Bruna pergunta.

 

- Recife. – responde -  vamos rápido, temos pouco tempo, vamos levar pouca coisa, só o tempo de resolver isso, Luan precisa de nós. – Pega o celular e começa a discar o número do piloto.

 

- Amor, espera, deixa eu entender, nós vamos a Recife? O Luan engravidou quem? – Marizete fala desesperada.

 

- Não tenho tempo de explicar, serei breve, a Vanessa está grávida. – susto – sofreu um acidente.

 

- E o bebê? – Bruna fica preocupada.

 

- Está bem, tudo bem, mais ela quer criar o filho sozinha, sem o Luan, e ele está em desespero, ligou pedindo ajuda...

 

Não deixam ele explicar o resto, sobem correndo pra arrumar suas coisas, era uma emergência e Luan precisava deles do seu lado, caso as coisas complicassem.

 

Mari tinha ido falar com sua filha, ao ver Luan sair daquele jeito, perguntam se tinham brigado, ou resolvido as coisas, ela deixa claro que conversariam no outro dia, não quis descer, nem jantar, estava pensando demais, decidia-se entre o certo e o errado, entre ele, ela e o bebê, olha de lado as alianças que levaria amanhã, provavelmente não voltaria pro seus dedos. - qual seria o fim? Jogadas ao mar? Enterradas na areia? Tão lindas...E se não fosse assim? Se voltassem? Se Luan conseguisse tudo de novo? Mais lembra do beijo, das fotos, das juras de amor, que pareciam ser pra “sempre” e não foi. Acabou deixando por obra do destino, seu último pedido para aquela noite foi que Deus fizesse o melhor pra ambos.

 

Luan dormiu poucas horas, seus pais chegaram ao amanhecer, extremamente cansados , Bruna era a mais ativa entre os três, queria ver Vanessa, saber de seu sobrinho e ver Luan como estava, agora teria que dar apoio a ele, pelo bebê. E é ela que vai a sua procura, batendo urgentemente na porta do seu quarto que é aberta rápida demais.

 

- Não dormiu? – fala entrando e vendo o irmão sentado a beira da cama.

 

- Bom dia pra você também...não não dormi, e não tenho a menor condição pra isso, cadê o..

 

- A mãe e o pai já tão vindo, chegamos a algumas horas. – olha o relogio e já eram quase sete da manhã. – então eu vou ser tia? – sorri eufórica.

 

- É – sorri bobo – e eu pai! Acredita nisso?

 

- Não, mais as coisas não estão boas, sabe Luan, você merecia sofrer..muito! – ele não se surpreende com as palavras da irmã - Mais só pelo fato de ficar longe dessa criança, seria um castigo e tanto, e eu riria de você.

 

- Bruna! – Marizete entra no quarto, indo prontamente abraçar seu filho seguida de Amarildo.

 

- Deixa eu concluir o raciocínio ok? – Bruna reclama – mais só de imaginar você longe dessa criança, dói, porque não será só você e sim nós todos, e pode contar comigo. – sorri Luan sorri agradecendo também.

 

- Estaremos com você filho, vai ficar tudo bem. – sua mãe o acalmava alisando seus cabelos e beijando seu rosto.

 

- Nós vamos contratar bons advogados e vai correr tudo bem, ela mora sozinha no Rio, e não teria a menor condição de criar essa criança, por conta do trabalho, enfim, podemos ter a guarda e ela morar conosco. – Bruna olha seu pai assustada, assim como sua mãe e Luan.

 

- Não pai, isso não. Não quero envolver a justiça nisso. – Luan discorda.

 

- Prefere perder a criança? Você é o pai, e ela pode perfeitamente morar conosco, e temos o álibe dela morar sozinha, incapaz de trabalhar e criar esse bebê. – insiste.

 

- Nós ainda vamos conversar hoje, decidir tudo, mais não quero levar esse caso a um exrtremo assim, não quero. – Luan permanecia em sua posição.

 

- É pai, a Vanessa não é nenhuma criminosa, a gente conhece ela tá? – Bruna defende - Ela só está magoada, e com razão – olha pra Luan o culpado da situação -  e tudo vai se resolver, não precisa tanto.

 

- Vamos esperar Amarildo, é o melhor. – Marizete tenta acalmar.

 

- Ok, vamos esperar então, vão conversar quando?

 

- Hoje, as nove numa praia distante daqui. – explica – mais caso não consiga resolver sozinho, chamarei vocês pra me ajudarem, quando eu sair, preciso que vão procurar a Mari, ela parece estar do nosso lado.

 

- Tem certeza disso? – ele pergunta em dúvida.

 

- Sim, não é a toa que ela me deixou entrar em sua casa ontem.

 

- Ok, mais agora me conta tudo, como isso foi acontecer? Vocês não tomaram precauções? Você é tão jovem Luan e já vai ser pai, ela também, é uma respondabildiade, e esse acidente? – Marizete queria explicações.

 

- Calma mãe, sentem aí, porque a história é longa e vou contar tudo. - Eles sentam e Luan começa a explicação.

 

Vanessa acordou cedo, mais só por conta do seu despertador, tomou os remédios do enjôo e pra dor. Seu corpo todo doía, e foi difícil levantar da cama. Tomou um banho quente, fazia calor, mais precisava relaxar os músculos de alguma forma e a água morna a tranqüilizava. Pegou um vestido de renda de alça e uma rasteira, olhou as alianças, juntou-as nas mãos, e apertou como que as sentindo com mais precisão, jogou-as em um dos bolsos do vestido e procurou não pensar nelas, os cabelos permaneciam soltos, sentia muita fome e desceu pra tomar café.

 

- Cadê o Richard? – pergunta a sua mãe.

 

- Ele chegou tarde da casa da Iara, deve estar dormindo, mais eu posso te acompanhar se quiser.

 

- Não, eu to bem – mentia -  eu vou devagar -  falava de boca cheia mordendo um pão.

 

- Tem certeza? -  duvida.

 

- Tenho mãe, é só uma conversa, vamos colocar os pontos nos “is”.

 

- Filha, só me responde uma coisa, você ainda está pensando em criar esse bebê...

 

- Sozinha? Não estarei sozinha mãe, tenho vocês. – não discute.

 

- Mais e o pai dela?

 

- Vai ser o pai dela, e ponto. Olha, eu preciso ir, já que vou devagar preciso sair cedo ok? – levanta e beija seu rosto -  não se preocupa, somos adultos e decidiremos o melhor, eu acho. – Sai pegando as chaves do carro e fechando a porta de entrada deixando sua mãe muito preocupada.

 

- Bom, vamos ouvir alguma coisa Vanessa?. –  conversava sozinha, liga o aparelho som e sintoniza em uma rádio local -  tocava algumas músicas regionais, conhecia algumas, em seguida o ritmo se firmou em axé, o que a fez começar bater os dedos no ritmo da música, até acabar e entrar nos comerciais -  odeio comerciais -  dizia irritada, não queria ouvir propagandas, queria que a música a distraisse. – sintoniza em outra rádio dirigia sem prestar atenção na letra, apenas o toque era bom de se ouvir, suave, amava o som do violão. Percebe que era a voz de Bruno e Marrone, nunca foi fã deles, mais essa música tinha um estilo diferente, não deixava evidendiada a “gritaria” de Bruno que tanto lhe incomodava ao cantar. Presta atenção agora na letra, ouve com cuidado, o refrão:

 

São lembranças e momentos tão marcantes
Tão difíceis de apagar
Coisas simples e não menos importantes
Como posso não lembrar

Do beijo na boca,
Do cheiro da pele,
Das juras de amor
Que eram pra sempre

Desliga o rádio, assim como a canção uma inundação de lembranças a invadiam, e não podia fraquejar, não agora depois de se decidir no que fazer. Não podia se deixar dominar pelas emoções e lembranças, tinha que ter foco, e pulso firme. Não eram nove horas ainda, o sol nem estava tão forte, estaciona e vai até a praia, senta encostada em uma árvore de frente pro mar, era a única coisa que podia fazer agora, esperar por ele.

 

CONTINUA...

Amores!! Postei agora rapidinho porque não terei tempo a tardinha!

Estamos chegando na reta final...bububu!!

Dá um aperto no coração...=/

Mais vai ser tudo muito lindo!!

AGUARDEM!!

Paz&Bem

@FancifUmaHdAmor @_Vanesssaa_