Um tempo depois...

Antes de mais nada, retomemos alguns fatos...

Desde aquele dia na praia, Vanessa voltou pro Rio junto com Luan, foi lá que passou a maior parte da sua gravidez, Nanny cuidava de tudo, a acompanhava nas consultas, nas compras, na escolha das roupinhas. Luan volta e meia passava pelo Rio, sua parada não era mais em Londrina, seus tempos de folga, de descanço eram ao lado da “sua família”.

Passava horas, deitado com Vanessa enquanto  apoiava sua cabeça em sua barriga e cantava pro bebê, foi numa dessas vezes que sentiu ele chutar, parecia dançar dentro da barriga da mãe, com a voz do pai. Ambos choravam. Luan sempre costumava chegar a noite, entrava porta a dentro e ia direto ao quarto, observava ela dormir, abraçando a barriga, ficava horas e horas sentado ao seu lado velando seu sono.

Esteve ao seu lado no dia de saber o sexo do bebê, na escolha dos móveis, dos ursos que enfeitariam o quarto e fez questão de fazer compras com ela, o que ocasionou uma confusão fora do comum dentro de um shopping no Rio. A imprensa só veio saber de tudo quando a barriga de Vanessa realmente tomou forma, Dagmar tratou de tudo, falando o essencial e preservando a mãe, o bebê e Luan, essa era uma vontade dele, o que a imprensa sabia era o que Luan conversava com suas fãs pelo Twitter, ele fazia questão de contar o que acontecia, como era essa fase que vivia, como se sentia sendo pai. Não focaram em casamento, apenas no nascimento da criança.

Toneladas de presentes chegavam a central, no seu condomínio, ou eram deixados na portaria do prédio de Vanessa, não tinham dúvidas que a criança seria amada por todos. Suas fãs mandavam mensagens carinhosas, de felicidades, de saúde.

A parte mais emocionante? No dia de saber o sexo do bebê, Luan tinha dois shows seguidos, precisava estar nesse momento, virou a noite viajando e ás oito da manhã estava na clínica, com olheiras horríveis mais uma emoção fora do comum, observava Vanessa caminhando, ela continuava linda, apesar de alguns quilinhos a mais, das pernas inchadas, e cara de cansada, estava nervosa por esse dia, de vestido na altura do joelho, barriga redonda, cabelos soltos segurava a mão de Luan.

Ouvem o coração do bebê, se emocionam, batia forte, numa velocidade incrível, dois pontinhos pretos indicavam seus olhos, parecia que ele procurava pelos seus pais, mexia as mãozinhas, e depois cobre os olhos com o bracinho.

Ele deve tá com vergonha Doutor -  ri emocionado .

- Ele está muito saudável, coração bate forte, os exames também mostram isso. – passava o aparelho com gel na barriga de Vanessa -  e então? Querem menino ou menina?

Luan segurava uma das mãos de Vanessa, a aperta com força: - O que você quer amor?

- Tanto faz, menino ou menina, que seja bem vindo. – ri e ele concorda.

- Bom, então vamos ver -  O Doutor abaixa o aparelho procurando o sexo do bebê: - Talvez esse rapaz aqui seja cantor como o pai, ou jogador de fultebol, o que me dizem?

- É menino Doutor? – Luan não acreditava, Vanessa entendeu bem e o médico confirma que sim -  um menino? Meu menino! Nosso menino! – Luan beijava Vanessa emocionado, pegando o telefone e dando a notícia aos seus pais, mais um Santana estava por vir.

Amarildo e Marizete ficaram extremamente felizes, numa família onde a maioria eram mulheres, chegava mais um homem. Os planos de Bruna de unhas, cabelo, maquiagem se desfez, mais mesmo assim, amaria ser chamada de tia, e tratou de querer ser um exemplo pra seu sobrinho, onde tudo foi substituído por estudar junto, brincar e levar ele ao parque, como era de se esperar, Bruna tratou de comprar pilhas e mais pilhas de roupas pra criança. Quando ele estivesse em Londrina, estaria sob seus cuidados, pela quantidade de roupa, precisaria trocarem a criança a cada cinco minutos. E não duvidem que isso não aconteceu.

Cinco Meses..a barriga estava maior, a discurssão do nome da criança continuava, não só isso, mais onde morariam, ela não poderia ficar sozinha assim que o bebê nascesse. Luan queria comprar uma casa no mesmo condomínio de seus pais, faria algumas adaptações, reformas. Vanessa dizia que não precisava, que ficariam bem ali no apartamento, talvez fosse pra Recife, ficar sob os cuidados de sua mãe. 

- Você escolhe amor, Recife, ou Londrina. Mais aqui sozinha no Rio não. – Luan dizia.

- Luan...

- Você terá seis meses de licença, pode ir pra onde quiser, estou pensando na nossa casa...

- Luan, temos por enquanto a minha casa aqui, a casa dos seus pais, e a da minha mãe, podemos pensar na nossa casa de verdade depois que o Vinícius nascer...

- Espera, depois que o Brenno nascer pensamos nisso.

- Luan, Brenno não..por favor..- insistia.

- Ok, vamos pensar nisso direito, mais onde ele vai nascer? Rio, Recife, ou Londrina? – tinha curiosidade.

- Não pensei nisso ainda...onde você acha melhor? – Luan dá de ombros, não sabia o que dizer – bom, eu estava pensando, seu escritório é em Londrina, seu trabalho vem todo de lá poderíamos ir pra lá, faltando alguns dias pro nascimento, ficaria lá um tempo, sua família curtiria o bebê, teria mais gente pra cuidar, a Bruna, sua mãe...

Os olhos dele brilhavam – Sério que você quer ter nosso filho em Londrina?

- Vai ser o melhor! – Luan já pegava o celular e ligava pro médico, perguntava se seria possível do parto ser lá, e convence o Doutor a viajar com eles. – Luan, ainda faltam três meses!

- Melhor assim, precisamos acertar tudo! 

- Pai bobão!

Luan modificou sua agenda, o bebê nasceria no fim de agosto, para início de setembro, Anderson marcou seus shows para Londrina e proximidades, quando chegasse a hora, ele poderia se deslocar pro hospital facilmente, faltando vinte dias pra data prevista pelo médico, Vanessa embarcou até Londrina, a empresa ficou nos cuidados de Nanny, que prometeu visitá-la assim que o bebê nascesse, já fazia quase um ano que ela tinha assumido o namoro com o Sorocaba, ao qual se autodenominava tio do bebê, mandando de presente um mini chapéu de cawboy com o símbolo do Corinthians ao meio, Luan quase enfartou ao ver.

Era noite, Luan faria show ali mesmo em Londrina, Vanessa planejou de ir com ele, mais ficou indisposta, Bruna a acompanhou, eram meados de Setembro, já passavam oito dias das contas do médico. Marizete e Amarildo resolveram prestigiar o filho, o show seria cedo, e Vanessa estava bem, não aconteceria nada.

Bruna assistia a um filme enquanto Vanessa cochilava ao seu lado, ela acariciava a barriga, conversando com o “ neném da titia’ como chamava o bebê, já que Vanessa e Luan ainda não se decidiam quanto ao nome. Sentiu cede e foi até a cozinha, voltou assustada ao ouvir um grito.

- Bruna! - Vanessa  estava sentada no sofá, segurando a barriga e ao enchergar aquilo Bruna sabia exatamente o que estava acontecendo: - A bolsa estourou.

- E agora? – não sabia o que fazer, estavam sozinhas.

- Pega as chaves do carro, pega a bolsa, liga pros seus pais, pro Luan e falam pra eles irem até o hospital, o bebê vai nascer. – dizia com dificuldade.

- Vanessa, você não pode dirigir!

- Claro que não posso, você quem vai!

- Eu- eu...

- Bruna, você está habilitada, sabe dirigir, porque tem medo? É uma emergência, seu sobrinho tá nascendo!

- Eu consigo! – sobe as escadas, pega bolsa do bebê, bolsa com os documentos de Vanessa, sua bolsa, liga pro médico e avisa que chegaria logo com ela.

A ajuda a levantar e levar até a garagem, posiciona ela direito no carro, e enquanto dirigia, falava com seu pai.

- Pai?!

- Oi filha tudo bem? E a Vanessa?  

Ela olha pro lado e vê um leve sorriso em meio a cara de dor: - Ela vai ter bebê pai, to a caminho do hospital com ela, vai nascer!

Não foi preciso muito, Amarildo em instantes procurou o filho, ele cantava sinais, a última música do show, a qual dedicava a ela e a seu filho,era música preferida de Vanessa, observa no canto seu pai fazendo algus gestos, ele continua cantando e tentando entender o que ele dizia, desenhava uma barriga e movimentava as mãos para baixo. : - Vai nascer! – grita eufórico. – Gente, me desculpem, esperem um minuto -  interrompe o show e vai até seu pai que chorava confirmando o que ele havia entendido. – Meu filho vai nascer! – grita e todos o acompanham.

Ele deixa o show as pressas, toma banho, daria tempo? Chegaria a tempo? Amarildo e Marizete não o esperaram precisavam estar ao lado de Bruna que tinha resolvido tudo sozinha, em meia hora Luan estava lá, vestia as batas verdes, colocava a toca e entrava na sala de cirurgia. O parto seria normal.

Ao abrir aquela porta, Vanessa estende a mão, sabia que era ele, ele a segura firme e diz que vai ficar tudo bem, ela chorava, uma mistura de dor e alegria, Luan também chorava.

- Força meu amor vai ficar tudo bem.

- Dói   muito – gritava.

- Eu estou aqui, vai ficar tudo bem, só mais um pouco!

Num gesto de força, como que fossem as últimas em seu corpo, tudo se cala, tudo se silencia pra adorar aquele pequeno choro que se formava ali, não existia mais dor, não existia mais nada, apenas aquela pequena vidinha, que agitava as mãos no braçodo médico, reclamando o frio, reclamando os braços da sua mãe.

- É lindo nosso menino! – fala pegando o bebê em seus braços e dando um beijo em sua cabeça, enquanto Luan se aproxima enchergando sua vida nos braços da sua mulher.

- Qual o nome desse garoto? Decidiram então? – o Doutor pergunta rindo, sabia do empasse dos nomes.

- Brenno. – Luan diz.

- Vinícius. -  Vanessa reclama.

- Brenno Vinicius é um belo nome não acham? – O médico ri.

- Bem vindo Brenno Vinícius. – Vanessa o beija mais uma vez.

- Bem vindo meu filho! – Luan admirava o pequeno bebê, ele era como imaginava, a fisionomia da mãe e os seus olhos, olhos de castanho chocolates intensos, que o procurava e se ele não enlouqueceu, ou parecia estar vendo coisas, aos olhos dele se encontrarem com os de Brenno, ele parou de chorar e se fez num leve sorriso.

CONTINUA...