Capítulo 4 ( Parte 50)

"Eles se amam. Todo mundo sabe, mas poucos entenderiam. Uns dizem que jamais dariam certo. Outros dizem que foram feitos um para o outro [...] Dentro de cada um tem um pedaço do outro. E mesmo sorrindo por aí, cada um sabe a falta que o outro faz! E todos os dias eles se perguntam o que fazer... E imaginam os abraços, o toque, o carinho e todo amor que têm guardado. E no momento certo eles se encontrarão... e nada, nada será por acaso!"

 

O mar estava agitado, o céu azul tomava forma em alguns pingos escuros, uma revoada de pássaros dançava sob as nuvens, enterrava os pés na areia como que fazendo uma massagem, ajudou a acalmar, ventava um pouco, toca no bolso do vestido e sente o peso das alianças, pesavam mais do que deviam. Fecha os olhos e começa a mentalizar seu bebê, tentando passar tranqüilidade pra ele, mais parecia que algo dentro de sua barriga estava mais ancioso do que ela, parecia que havia uma luta, entre o que sua mente achava certo e o bebê, parecia que tinha vontade própria e fazia uso dessa vontade em seu interior, queria o pai por perto, o que começou a causar anciedade em Vanessa, se acalmando apenas quando alguém que chegou silencioso demais e tocou seu ombro.

 

Um anjo? Não, mais alguma coisa perto da perfeição, sem ambos terem combinado, mais ele também vestia branco e era a segunda cor preferida de Vanessa vestida nele, ele estava incrivelmente lindo com aquele boné e óculos, mais a feição séria, triste, a mesma de ontem permanecia intacta.

 

Vanessa levantou com dificuldade, devido aos machucados, o que não passou despercebido dos olhos de Luan, mais nenhuma palavra foi dita, ambos começaram a caminhar para mais distante, apesar de não ter ninguém, deveriam querer um lugar mais distante de tudo, de alguém que pudesse aparecer, e que apenas os três, ela, ele, o bebê e aquele mar fossem testemunha de tudo que estava pra ser decidido.

 

Caminham um pouco, apenas o barulho das ondas quebrando na areia era perceptível, Vanessa é a primeira a parar, virando de frente pra ele, que tirava os óculos assim como ela, evidenciando as olheiras mais fortes que a noite passada, estavam num tom roxo acinzentado forte.

 

- Acho que já pode começar. – ela o incentiva, já que seria apenas ouvinte, pelo menos no início.

 

- É...antes de mais nada, quero saber se está melhor? – a voz sai com dificuldade.

 

- Sim, na medida do possível, mais garanto que a dor interior é maior que essas escoriações aqui -  aponta pro braço e perna, não tinha porque mentir sobre o que sentia, acaba silenciando Luan, e não perde tempo, alfineta: - Só me responde Luan, e me dê uma justificativa por que fez isso? Porque me traiu?

 

- Não existe explicação – abaixa a cabeça – foi um momento de fraqueza.

 

- Um momento de fraqueza? – repete irônica – e os nossos momentos? Foram uma mentira? Fingimento? Cada “eu te amo”? Não foi suficiente? Cada momento, cada noite de amor, juras...planos? Onde ficou nessa história? Porque o pra sempre parece que não pode existir entre nós não é mesmo Luan?

 

- Não duvide do meu amor por você Vanessa. – insistia. – eu te amo...

 

- Não, eu realmente não posso duvidar não é Luan? Você assume um relacionamento comigo, acaba me traindo em um show da sua dupla preferida, com direito a beijo, fotos, abraços, conversinhas ao pé do ouvido, vira minha vida de cabeça pra baixo, me desestruturando de vez, vale ressaltar, isso acontece comigo pela segunda vez, corri o risco d eperder meu emrpego, porque envolvia a “namorada do Luan Santana”, marco uma coletiva, minto pra todo mundo e eu não posso duvidar do seu amor. Certo?

 

- Errado, eu errei eu sei, assumo isso. – não tinha como negar, os fatos levavam a isso -  Vanessa eu agradeço pelo que me fez, naquela coletiva mais nós mal nos víamos, só por telefone, eu preparei uma noite incrível pra nos dois, e você vem e joga um balde de água fria em mim?

 

- Luan eu só fiz o melhor, pensando em mim, não pra livrar sua cara mais afinal era meu trabalho, você podia ter entendido que nem tudo é no seu tempo, eu nunca reclamei dos seus shows, ou porque não nos víamos com freqüência, me desculpe mais, se você não podia suportar um relacionamento agora, tivéssemos conversado, eu teria entendido, juro que teria aceitado de bom grado que não dava mais pra continuar, tudo com uma conversa antes, mais deixar levar a esse ponto?  Foi decepcionante ao extremo. E sabe o que mais dói? Encarar as pessoas e fingir que nada aconteceu, que já estávamos separados, dando “um tempo”, você não sabe como me sinto por dentro.

 

- Eu sei, eu sei. Eu fui um idiota, mais eu juro que não passou de um beijo Vanessa, eu me arrependo tanto... – falava a verdade.

 

- Tarde demais – abaixa a cabeça enquanto o vento brincava com seus cabelos - você diz que não passou de um beijo? Sim, bastou esse beijo pra quebrar tudo Luan, confiança. Tente amaçar e desamaçar uma folha de papel, ela nunca voltará a ser o que era, mesmo que tente de todas as maneiras, ela vai ter sempre imperfeições, confiança uma vez quebrada é assim.

 

- Não fala assim meu amor... – aproxima-se e a toma pelos ombros, fazendo-a olhar em seus olhos.

 

- Amor? Você sabe o que isso significa? – o encara sem expressão.

 

- É o que sinto por você,  o que nós temos um pelo outro, eu sei que esse amor não morreu aí dentro – toca em seu peito - me perdoa? Vanessa não duvide do que eu sinto, eu errei, todo mundo erra, mais...

 

- Luan, Luan – interrompe - Eu não tenho problemas em perdoar, mas sim em confiar de novo...e um amor, um relacionamento sem confiança não flui, não acontece, não existe. – admitia – não vale mais a pena, vivemos em mundos diferentes, seu trabalho, o meu trabalho nada coopera, então não vale a pena eu vir aqui e dizer “vamos tentar de novo” já fizemos isso e não deu certo.

- Não Vanessa, nós podemos tentar, eu não vou conseguir sem você ao meu lado, eu te amo. – insistia.

Vanessa fecha os olhos e começa a falar, repetia não só pra ele, mais pra ela principalmente – Não diga isso, eu te amo é uma palavra muito forte pra ser jogada ao vento, se fosse amor, de verdade, você não teria feito isso comigo. – Luan recebe uma punhalada – Olha...pra tudo que vivemos é complicado no início...Eu sei que dói. É horrível. Eu sei que parece que você não vai agüentar, mas aguenta. Sei que parece que vai explodir, mas não explode.  Mais tudo passa, e vai ser o melhor pra nós dois Luan, não nascemos pra ficar juntos e mais uma vez o destino provou isso, não adianta perder tempo se já sabemos o final.

- O que você quer que eu faça? Me ajoelhe – cai na areia – suplique – abaixa tocando seus pés -  eu faço tudo, mais me perdoa? Eu preciso de você...

- Sabe – ele a olha de baixo para cima – eu nunca gostei de promessas, sempre deixei claro isso em nosso relacionamento, e naquele dia em Paquetá, na Ilha dos Amores... – lembrava – onde fizemos várias juras e prometemos amor eterno, eu me lembro que você me fez uma promessa particular -  algumas lágrimas surgiam em seus olhos escorrendo pelo rosto brilhando intensamente como minúsculos cristais ao receberem os raios de sol – Você não cumpriu Luan, você quebrou minha última boneca. – ele abaixa a cabeça em sinal de vergonha – e agora chegou o momento da criança abandonar as brincadeiras e crescer, não vale a pena começar tudo de novo, lâmpada queimada não tem concerto...

- Vanessa lembra de tudo que a gente viveu naquela Ilha, foi tudo verdadeiro, lindo e... – ela que permanecia em pé, abaixa ajoelhando também na areia, aprendeu que quando estava em uma conversa, temos que ficar no mesmo nível do outro, Luan aproveita e segura sua mão – eu te amo, não sei viver sem você, e não aceito terminarmos dessa maneira, eu não quero o fim...e duvido que não me ame.

- Eu não estou dizendo que não te amo Luan, porque estaria mentindo pra mim mesma, eu estou dizendo aqui a minha escolha, e eu escolhi não sofrer mais, não vale a pena, esse amor não está fazendo bem pra nós dois, concorda com isso?

- Não, não concordo você me disse um dia que “Enfrentaria o mundo com uma mão, se eu segurasse a outra.” Lembra disso? – ela faz que sim – pois eu não consigo porque eu soltei do mundo e segurei só na sua mão, não tenho como seguir em frente, você é o meu mundo, você e essa criança que está aqui...- admite com uma lágrima nos olhos.

- O mundo as vezes é injusto não é mesmo? Até o nosso mundo particular, que criamos não é perfeito. E dessa vez eu escolho enfrentar o mundo de mãos livres, sem sonhos, sem bonecas para serem quebradas, sem você. Só eu e essa criança, que de alguma forma, está me dando força e me fazendo seguir em frente, e é em sua mão que quero segurar agora. Meu mundo todo se concentra aqui – aponta pra barriga -  apenas aqui.

CONTINUA...

E essa conversa hein amores? Quem está ganhando? Vanessa ou Luan?

Ela está decidida no que defende e acredita...

Será que tem volta?

Será que essa história vai ter um final feliz? Ou cada um segue sua vida?

Hahaha...AGUARDEM próximos capítulos...

Não deixem de comentar certo? 

Amanhã provavelmente esse mesmo horário estarei por aqui!

Paz&Bem