Capítulo 2 (8º Mês Parte 4)

Sorocaba cruza os braços e olha pra Vanessa dizendo- Tá bom, então eu perdi a fome também, não vou jantar mais. 

Pareciam duas crianças brigando por uma não querer brincar com a outra, fazendo um monte de ameaças infantis, tipo: “Não vou mais ser seu amigo.”

Vanessa olha pra ele e diz: - Problema seu se não quer jantar, conlicença mais uma vez. – Vanessa sai, mais Sorocaba não desiste e vai ao seu encontro.

- Hey, espera vai, eu não fiz por mal.

Vanessa não pára continua caminhando até sair do hotel e diz: - Ah tá, eu sei, deu pra perceber que você tem problemas de memória, ou finje muito bem.

- Vanessa! Aonde você vai? Espera poxa, eu quero me desculpar.

Vanessa pára e vira, Sorocaba vinha logo atrás.

- Não precisa se desculpar, aquilo foi só um ponto de vista seu e por favor me deixa sozinha?

- Não, quero conversar, se fui incoveniente me desculpa, mais me escuta tá?

Ele parecia sincero, Vanessa tinha um sério problema em confiar nas pessoas, mais diz por fim: - Tá bom, vamos no parque.

- A essa hora? 

- Você está na cidade que não dorme esqueceu? 

Vanessa não estava com muita paciência, e Sorocaba fica em silêncio, só a acompanha. Eles param num banco perto de uma árvore, o parque  a noite era muito iluminado e lindo como sempre, Vanessa senta e faz sinal pra ele sentar também.

- O que você quer tanto falar?

- Olha Vanessa, eu sinceramente fiquei sem entender a sua reação, mais acho que falei besteira, então me desculpe, eu não queria colocar daquela forma que eu disse.

- Ah, claro, mais na verdade é o que todo munda acha não é? Que eu traí o Luan e tudo mais.

- Mais existem fotos Vanessa, desculpa mais eu vi o Luan de perto e sei como ele ficou arrasado.

- Eu vou repetir pela milésima vez, eu não fiz aquilo, o cara veio do nada e me beijou, e alguém tirou a foto. Olha quer saber? Não vale a pena explicar tá? Já sei o que você pensa.

- Espera aí! Você está dizendo que foi armação?

- Eu não disse nada e não quero mais falar nisso. Vanessa levanta e vai saindo.

- Espera. Sorocaba pega no seu braço mais uma vez. – Até hoje eu só ouvi um lado da história, me conta o seu também.

Vanessa fica em silêncio.

- Por favor, me conta, prometo ouvir e ponderar as coisas.

Vanessa pensa ants de começar, fehca os olhos e fala: - Bom, naquela noite do aniversário dele, eu estava com um copo de suco nas mãos, e um rapaz vindo não sei de onde esbarrou em mim, acabei sujando a roupa dele, fiquei constrangida e ofereci ajuda, peguei na sua mão, como faria com qualquer um naquela situação e o guiei até onde ficavam umas toalhas pra ajudar a secar um pouco, ele veio com uns papos estranhos, que eu era linda, acariciando meu rosto ai eu me afastei, quando fiz isso ele me puxou para perto e me beijou, foi nessa hora que o Luan apareceu e viu tudo.

Vanessa pára e Sorocaba fala: - O Luan sabe disso?

- Sim, mais não pára por aí essa história. – Vanessa continua.- Eu tentei explicar pra ele, mais ele estava muito enfurecido, não quiz me ouvir, brigamos e pediu pra eu desaparecer da vida dele. Assim o fiz e estou aqui.

Era muito difícil falar aquilo pra alguém, Sorocaba percebia a dificuldade que ela tinha, sentia-se engasgada, como se estivesse sendo torturada a cada palavra que saia da sua boca, seu semblante era de dor, visivelmente.

- Aí você vei parar aqui? Do nada?

- Não, não, eu já tinha recebido a proposta do meu trabalho de vir pra cá, mais não ia aceitar, como tudo isso aconteceu, e eu sabia que não ia ter paz lá no Brasil resolvi vir pros EUA de imediato. Bom e é isso, toda a história, você agora conhece as duas. Não quero que acredite, mais espero que pense e pondere como você falou.

- Cara, e aquelas fotos? Parece fazer sentido, porque quem teria o interece em publicar fotos suas beijando outra pessoa se ali só tinha convidados?

- Com certeza alguém que não me queria ver junto com o Luan.

- Claro, mais como o Luan não acreditou,ou nem pensou nessa hipótese?

- Isso só ele pode responder pra você, além do mais ele é muito impulsivo, e tem uma dificuldade enorme de ouvir. Essa é a verdade, bom, mais eu tentei explicar, e agora estou eu aqui como você vê.

 

- Eu sinto muito.

- Não sinta, só peço uma coisa, por favor, não se refira a mim como você fez a pouco, isso dói muito, não sabe o quanto, e foi exatamente por isso que não fiquei no Brasil, se estivesse lá, já teriam me internado em um sanatório, apesar de aqui essa situação não ter sido diferente.

- Eu imagino. É muito difícil pra você falar disso não é verdade?

- Você não sabe o quanto dói.

- Não precisa saber, isso está visível em seus olhos.

- Verdade?

- Sim.

- Acho que deve estar mesmo pra você perceber isso, então eu não devo estar nada bem. - Vanessa dá um meio sorriso.

Sorocaba pergunta do nada: - O que você sentiu quando me viu hoje cedo?

- Vergonha. Pra mim sua pessoa está diretamente associada ao Luan, e saber o que você pensava sobre mim, como concretizei, foi muito difícil.

- Nossa, me desculpe de verdade.

- Não precisa pedir mais desculpas tá? Você agora sabe as duas versões, e não vou exigir que acredite em mim.

- Nem precisa, só de falar com você a gente percebe a verdade. Não é a toa que veio parar aqui, e olha quando você voltar, não vai ser nada fácil.

- Eu sei, espero estar preparada.

- Quando volta?

- Daqui a 4 meses.

- Tá pertinho.

- Nem tanto, os dias aqui são longos demais.

- É eu imagino e te preciso dizer duas coisas.

- Sim?

- Preciso de um guia turístico e estou morrendo de fome, vamos jantar?

- KKK’, não perdeu o senso de humor não é? Olha, eu trabalho e estudo aqui sabia? Não tenho tempo, mais posso acompanhar você no jantar sim.

- Pelo menos uma coisa eu consegui. Amigos?

-  De forma alguma, você me maguou profundamente, e não entendo nem como estou conversando com você agora, acho que não estou nada bem mesmo. Mais pensando bem, acho que podemos “Tentar” ser amigos sim, me dou bem com amizades que começam conflitantes.

CONTINUA...

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