Capítulo 3 (Parte 5)

- Uau! – Foi  a primeira coisa que Sorocaba falou quando chegaram no prédio. – Que condominio é esse hein?

- Ah, para vai! Eu não queria, mais foi minha tia, e o Richard que fizeram isso.

- Ótima escolha!

- Isso porque você não tem como vizinha a Ana Maria Braga e outros da área.

- O quê?!

Vanessa ri da cara de susto que ele fez : - Eu disse que não era fácil. Vamos entrar.

Já no apartamento...

- Seu apartamento é lindo Vanessa.

- Obrigada, vem eu vou te mostrar o resto, não repara nessas caixas, eu tenho que arrumar isso que chegou de Recife ainda. Vai ser duro. – Fala sem ânimo.

Ela mostra cada canto do apartamento. Era enorme e aconchegante, e tinha  a sua cara segundo Sorocaba.

- Bom, senta aí, vou aqui na cozinha.

- Vai preparar alguma cosia pra gente comer?

- Não seu bobo, sou péssima na cozinha, aguarda aí vai.

Vanessa vem primeiro com uma bandeija cheia de queijos. 

- Nossa quantos tipos tem aqui?

- Sei lá, acho que uns oito. Adoro queijo.

- Percebe-se. – Fala com descaso enquanto Vanessa mostra a lingua.

Em seguida vem com duas taças e uma garrafa de vinho. – Você gosta de vinho? Eu tenho outras bebidas ali se quizer.

- Não, eu aceito uma taça de vinho sim, mais você bebe? Não me lembro de dizer que bebia.

- Vez em quando, tirando as vezes que bebiamos antes das apresentações de seminários na Faculdade – Sorocaba faz cara de repreensão.

- Calma tá eu não sou alcoolatra, nem trocava o alcool pelos estudos, mais uma dose de bebida antes de um trabalho pra apresentar naquela época era normal  nos primeiros períodos pra tirar o nervosismo, assim eu pensava, porque vez ou outra esquecia o que falar. - Risos - Dava o efeito contrário.

Sorocaba começa a rir, ela começava a se explicar como se tivesse cometido o crime mais barbaro do mundo, típico dela isso.

- Para de rir de mim! Mais a última vez que bebi vinho, já faz algum tempo. – Seu pensamento navega. Lembra que foi com Luan, na sua fazenda. – Quer vir pra mesa?

- Não aqui tá ótimo. – Se servem do vinho. – Vamos começar?

- Começar? – Pergunta em dúvida.

- A arrumar lugar pra suas coisas ué, vou te ajudar um pouco!

- Ah! Jura? Isso vai ser ótimo! – Fala eufórica.

- Posso me arrepender? – Fala já arrependido.

- Não, definitivamente não pode.

Começaram por algumas caixas, a maioria eram CD’s DVD’s, livros, fotografias, não era muita coisa e perceberam que logo terminariam. Sorocaba analisava cada livro, cada CD, tentando descobrir mais e mais da pessoa mais linda do mundo que estava bem ali a sua frente. Ela tinha bom gosto, musical e de leitura, dava pra perceber.

Vanessa pergunta tirando sua concentração: - Quer mais vinho? 

- Por favor. – Estende a taça enquanto pega algumas fotos soltas. – Olha estão soltas. – Começa a olhá-las.

- Deve ter se soltado na viagem, vou pegar um album e começamos a organizá-las.

Sorocaba estava com uma foto de Vanessa com mais ou menos 4 anos de idade entre suas mãos. – Você era linda quando pequena, cachinhos dourados.

- Ah, eu era gorda isso sim.

Risos. – Nada, parecia birrenta isso sim, mimadinha. 

- Em tese, sou filha única. – Fala com descaso.

- Tá explicado. – Olha outra foto solta de Vanessa com um homem ao seu lado enquanto andava de bicicleta. – Esse é seu pai?

- Sim,  sinto muita falta dele, queria que estivesse aqui comigo, pareço com ele?

- É bem mais bonita que ele.

- Ah pára! – Fica com vergonha.

- É sério. – Sorocaba fala enquanto ajeita uma mecha do cabelo de Vanessa, sua mão era quente ao encostar na sua pele. Ele queimava. Vanessa pensa se seria o vinho, porque ela também sentia o mesmo, mais não pensou em parar, em vez disso tomou mais um gole da bebida.

- Mais vinho? – Fala tentando disfarçar.

- Acho que só se for outra garrafa, porque essa ó – Mostra a garrafa vazia.

- Vou buscar outra. – levanta e sai.

Sorocaba continua a ver as fotos e se depara com o inesperado – Vanessa deitada com Luan, pareciam que tinham acabado de acordar, tinha mais outras meninas na cama com eles, reconheceu Iara, Bruna e a outra nunca tinha visto. Vanessa percebe o que ele estava vendo e para com a garrafa na mão enquanto ele analisava os mínimos detalhes da foto.

- É...isso foi  a algum tempo, no início do nosso namoro. – Fala desconcertada.

- Quem e essa garota aqui? – Aponta pra Paula 

- É a irmã de Iara, você não a conhece ela já sumiu a um tempo, está morando fora.

- Posso estar enganado, mais eu já vi essa garota.

- Não, acho que tá confundindo, você nunca viu a Paula, deve ser pela semelhança que ela tem com a irmã.

- Já sim, e acho que foi em Londrina. – Fala com convicção.

- Tem certeza que quer mais vinho? – Risos.

- Tá bom, eu quero um pouco. Mais e você? – Sorocaba fala mudando de assunto, não queria falar de Luan, não naquela noite, depois do que vira na foto, percebeu que eles dois eram felizes e se amavam -  Já deve ter chegado no seu limite hein?

- Acho que eu aguento mais um pouco, quando eu começar a cantar sem parar, você pode tomar o vinho da minha mão.

Vanessa senta perto dele, o perfume dela era de um aroma incomum, nada era parecido, misturava todas as essencias do mundo.

- Bom, deixemos as fotos, cansei de arrumar isso. – Fala chateada.

- Mais já? Falta tão pouco. – Vanessa toma um gole de vinho e suja o canto de  sua boca. - Licença – Fala se Sorocaba se  aproximando do rosto dela – Aqui no canto da sua boca tá sujo, deixa eu limpar.

Vanessa não se afasta, sentia o aroma quente dele em sua face enquanto falava, coração acelerado, proximidade. Porque sentia isso meu Deus? – Ela se perguntava. 

Ele também sentia o mesmo, estava perto da sua boca, e não tirava os olhos dela. – Pronto, acho que tá limpo agora. – Mais não se afastou do seu rosto, a olhava nos olhos, parecia que tinha algum imã oculto ali que tentava juntar os dois. Era aquele momento, não podia deixar passar, Vanessa não se afastou dele, o silencio era um tanto incômodo, apenas os olhos conversavam entre si, não sabia se era o vinho que estava fazendo aquilo, mais ela também gostava da sua proximidade. 

Os dois se olhavam, apenas o som da respiração era perceptível. Sorocaba é rápido arrisca, não sabia se era o certo a se fazer, mais tinha que tentar e o inesperado acontece. Vanessa fica assustada com o beijo, era estranho, não queria aquilo, mais não era capaz de sair dali e cedeu enquanto se perguntava : - Porque não? – Outro lado dizia que era errado, e iria acabar mal. 

Mais o beijo era quente, os lábios urgentes e macios se uniram, não foi breve, ele demonstrava todo cuidado no beijo ao segurar sua nuca e aproximá-la para mais perto de si, ela não lutou contra, também o queria, seu corpo era forte, macio e seguro, percebeu que gostava dessa sensação.

 Sorocaba se comportava como se tomasse conta de algo precioso que podia se romper a qualquer momento, não queriam se separar, poderia ficar anos e anos ali naquele momento, ele tinha conseguido, e sabia que o beijo era exatamente aquilo que sempre sonhou e imaginou, só que com um diferencial, estava acontecendo na realidade. 

Mais Sorocaba não tomou aquilo como incentivo sabia que poderia ser só um beijo e nada mais, Vanessa é como um enigma, seus sentimentos são hieróglifos egípicios dificeis de decifrar. Percebeu que o melhor daquilo tudo chegava ao fim e cessam o beijo permanecendo imóveis, apoiados pela testa um do outro, olhares baixos, Sorocaba mantinha sua mão no rosto dela acariciando sua face com o dedo polegar,  enquanto tentavam entender o que tinha acontecido. Não achavam explicação.

CONTINUA.....

E agora hein amores?? *o*

Gostaram desse capitulo? - Não!? Eu também não. Hehe

Esse trem vai esquentar, aguardem próximos capítulos.

Próximo post depois de 12 comentários.

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