segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Capítulo 3 ( Parte 18)

O Rio era só luzes, barulho e movimentação, assim era a visão de Nanny e Vanessa na volta do trabalho, as duas conversavam animadamente, agora era visível a alegria e levesa em Vanessa, era como se estivesse se libertado de uma prisão, ou tirado um fardo enorme das costas, os meses de agonia e tortura pareciam terem acabado, mas ainda era possível ver naquele rosto que agora sorria, algumas marcas do passado, as olheiras eram levemente visíveis, denunciavam ainda a dificuldade que tinha em dormir, agora sem o uso de medicamentos era pior, seu corpo algumas vezes tremia, não de frio, ou medo, mais uma reação involuntária, sentia a falta daquilo que a mantinha viva, era como um vício, precisava dos remédios, seu corpo reclamava mais não podia, a menos que não quizesse viver mais. Depois de comentarem sobre trabalho e a cidade ficam um tempo em silêncio.

Mais Nanny logo pergunta: - Você agora está bem não é?

Vanessa entende o que ela queria dizer: - Tô Nanny, quer dizer, bem em partes, foi ótimo o Luan ter descoberto tudo, realmente foi aliviador, mais tem um porém, enquanto ele sabe a verdade o resto do país sempre vai me ver como a garota que traiu o “Luan Santana”, e isso é nada bom, indiretamente você não tem um pouco de paz ao sair nas ruas. Malditas fotos aquelas!

- Mais o pessoal não deve nem lembrar mais Vanessa, relaxa.

Vanessa ri irônicamente: - Rá, você que pensa, se tratando de Luan Santana nada é esquecido Nanny.

- Vanessa? 
 
- Sim?

- E a Paula? Sua a...

- Amiga? Não definitivamente não é minha amiga. – fala ligeiramente.

- Mais a Iara a irmã dela é, to certa? Como ela reagiu a isso tudo?

- Olha Nanny, eu não conversei com a Iara, quando estava na UTI minha mãe disse a ela que a causa eram os remédios e tudo mais já para não preocupá-la tanto,só que não contou da parte da irmã dela, ela disse que falaria com ela quando voltasse pra Recife e...- Vanessa para.
 
- E?

- Eu não tive mais coragem de falar com ela na verdade, sei que minha mãe já deve ter contado tudo – Vanessa já entrava em seu condomínio – e ela não manteu contato, provavelmente mais constrangida do que eu.

Estaciona na garagem e descem, mais Vanessa continua: - Minha mãe disse que ela ficou arrasada, não tive coragem de falar, ou ligar, ela é irmã dela e deve ta sendo difícil, mais do que pra mim. Sabe, sempre fomos unidas, as três, estudamos no mesmo colégio, viajávamos juntas, saíamos juntas, éramos praticamente vizinhas, fizemos vestibular no mesmo ano, estudamos na mesma faculdade, compartilhávamos tudo, e no fim, saber disso tudo, é decepcionante. Não tenho outra palavra pra definir.

Passam pela portaria conversando e pegam o elevador, Nanny só ouvia.

- A Paula e a Iara são gêmeas, mais sempre notei uma diferença entre elas, não só fisicamente, mais a personalidade das duas, só que sempre tive mais afinidade com Iara, gostávamos das mesmas coisas, das mesmas cores, dos mesmos ídolos, as nossas mães brincavam que nós é que parecíamos gêmeas, porque queríamos tudo igual, - Vanessa ria lembrando das coisas da infância - mais nunca imaginei que a Paula, nossa a Paula sabe? Que conheço desde pequena, que crescemos juntas pudesse fazer isso comigo.

Entram no apartamento e Nanny fala: - Mais Vanessa, por favor não deixe de manter contato com a Iara, ela é sua amiga, diferente da Paula e deve ta passando uma barra também, afinal de contas, - Nanny muda de assunto - você nunca notou algum interesse da Paula por Luan?
- Não, nunca percebi nada, mais devia ter imaginado, foi ela quem me convidou pra ir no show dele, ela estava eufórica, sabia todas as músicas, sabia coisas da vida dele, falava sobre a “Garota Chocolate” que eu soube depois que era um sonho pra ela ser essa garota, e no fim quem foi fui eu, quem namorou o Luan fui eu, e se eu realmente soubesse que...

- Você teria abrido mão do Luan? – Nanny pergunta assustada a interrompendo.

- Se eu soubesse que ela tinha tanto carinho por ele, não teria ficado com ele, pelo menos não naquela noite, mais quando nos vimos sabe Nanny? Foi surreal, foi diferente de tudo, parecia que nos conhecíamos a séculos, que o acaso tinha cruzado nosso caminho pra ficarmos juntos, dois extremos o garoto famoso, bonito e de vida agitada e a menina distraída, engraçada e diferente de tudo que ele poderia ter. Nada normal porque ele poderia ter todas as mulheres que quizesse e escolheu a mim? Nada “interessante” entende?

- Não pense assim Vanessa, ele viu em você o que não viu em mulher alguma, e a Paula infelizmente foi uma fatalidade, gostar do ídolo e por incrível que pareça a sua amiga namorar ele, mais e hoje? Luan? – pergunta Nanny.

- Hoje são só lembranças, bom, vou ligar pra Iara depois – fala mudando de assunto – e agora temos algo pra cozinhar né? Quer dizer, você. – Vanessa ri e pega a mala de Nanny – vou deixar lá no seu quarto, a cozinha é toda sua.

- Rá, certo. Vou indo então e garanto que depois de comer meu macarrão, você vai ajoelhar como a Ana Maria Braga. – Nanny ri.

- Quer que eu a chame pra provar? Esqueceu que ela é minha vizinha? – Vanessa ria da cara que Nanny fez.

- Não brinca! Você chamaria?– pergunta assustada.

- Talvez. – dá de ombros. – Eu mal a vejo, mais ela não recusaria um pedido de jantar da sua vizinha, e mais preparado por uma verdadeira chefe. – Risos.

- Melhor não, fica pra próxima, minha massa as vezes fica “unidos venceremos”. – Mais risos.
- Eu bem que imaginei que isso tudo era papo. 
 
Nanny pega um travesseiro pra jogar em Vanessa que a chateava mais não deu tempo, ela foi mais rápida e saiu correndo.

Jantam, foi difícil pra Vanessa admitir que Nanny cozinhava bem, e pior ainda arrumar a cozinha, mais tinham feito um trato, arrumam e vão até a sala, era cedo, faltava pouco para as 21hrs.

Vanessa vestia sua roupa de dormir, estava muito a vontade, não imaginava que receberia visita, Nanny ria sozinha, estava vestida normal.

- Do que é que você está rindo? – pergunta intrigada.

- Nada não, só lembrando de algumas coisas aqui vendo essas fotos.

Vanessa mexia no seu Noot, mostrava algumas fotos de Recife, tinham algumas antigas dela, pensou que Nanny ria por isso, mais na verdade ela ria da cara que Vanessa ia fazer quando Sorocaba chegar, e ele pensando nela sozinha a visse ali, dormindo no apartameto dela, teria que se controlar.

Uma janela chama a atenção de Vanessa.

- Não acredito!

- O que foi? –pergunta Nanny.

- Olha quem está falando comigo. – Vanessa vira e mostra a foto de Bruna, Nanny sabia que aquilo só podia ser invenção de Luan pra saber o que acontecia em tempo real. E sentiu vontade de rir alto. Ele realmente estava com medo de alguma coisa acontecer.

- Oi Bruninha! – Vanessa escreve – advinha quem está aqui comigo?

Não era Bruna, e sim Luan que pegou sua senha e entrou se passando pela irmã, estava torcendo para que ela não aparecesse no quarto, pois o mataria LITERLAMENTE. Ele sente um frio ao imaginar que fosse Sorocaba que estivesse ali e não Nanny e escreve: - Não sei, quem esta aí? Eu conheço por acaso?

- Claro que sim, a Nanny! – alívio.

- Mais o que ela está fazendo aí? – Luan queria saber o que ela tinha inventado de desculpa, e pelo visto Sorocaba não tinha chegado ainda.

- Eu estou a abrigando aqui, evitando que ela mofe no AP dela. – Nanny a cultuca e Vanessa ri.

- Mofe? – Luan pergunta.

- Isso, um cano estourou e tem água pra tudo quanto é lado, espero que concertem logo e que ela tenha pouco prejuízo. – Vanessa realmente tinha acreditado, Nanny se sentiu mal por ter mentido, mais valeria a pena se os dois voltassem.

Luan ria muito, ela era criativa, inventar isso tudo, e Vanessa acreditar? Agradeceria a ela depois, mais Luan não esperava que Bruna o visse, ele riu muito alto e num piscar de olhos estava sua irmã o puxando pela camisa.

- Sai já daí, que coisa feia pegar a senha dos outros e se passar por eles, eu vou dizer a mamãe.
Luan ria da irmã irritada. – Calma maninha, a mãe e você vai entender que é por uma justa causa. Eu sei que é errado, mais e a única forma de ver ela.

- Me dá vontade de falar que não era eu sabia? Mais vou ser boazinha, vou continuar a conversa e agora já que quer “ver” ela, então a veja.

Bruna liga a webcan e Vanessa aceita o pedido.

Luan corre, ela não podia o ver, apaga a luz e deixa apena um abajour aceso, deita ao lado de Bruna, que começa a falar.

- Oi meninas! – Percebe que Vanessa estava de roupa de dormir – vestida assim a essa hora? – Luan estava encantado, apenas a olhando, enquanto mexia o cabelo, ria com Nanny, ou procurava alguma coisa pelo AP. E a achando linda de roupa de dormir.

- Super concordo Bruna. – Nanny grita, e Bruna ria.

- Ah vá! Vocês viram que horas são? E detalhe. Não vou receber ninhuma visita importante.
Riem Nanny, Bruna e Luan. Sabiam da visita, e de Vanessa estar inocente sobre a vinda de Sorocaba. Mais em um minuto o telefone do AP toca, concerteza da portaria. Vanessa pede pra Nanny atender, estava mais perto. Fica impaciente com a quantidade de “Hum Rum” “certo” “pode mandar” que Nanny falava.

- Ela fica linda quando tá assim com essa carinha de curiosidade e impaciência – Luan fala todo bobo.

- Ah Luan – Bruna fala baixo pra não ouvirem durante a conexão – deixa de ser bobo.

- Você um dia vai sentir isso, aguarda e eu vou rir, muito.

Param quando Vanessa pergunta: - O que foi Nanny? 
 
- Visita! – Fala rindo.

Vanessa praticamente grita: - Visita?! E você autorizou? Quem é? Quem é?

Era ele, Luan fica tenso, ele estava lá perto dela, poderia abraçá-la, e ele não. Esmurra o colchão, enquanto Bruna o olha feio.

- O Sorocaba! – Fala por fim.

- O Sorocaba?!

Bruna também acompanha a linha de palavras: - O Sorocaba! – e ri.

- A essa hora? Porque ele não avisou? 
 
- Vai saber, ele tem dessas coisas Vanessa. – Bruna fala. – Mais fica tranqüila, vai ser a festa do pijama aí hoje. – Luan a cutuca. – Ai!

Vanessa se olha e lembra que estava com pijama, mais já era tarde, não iria se trocar, Nanny ria, e a campainha toca, era ele. Vanessa a olha.
 
- Eu não vou atender, a casa é sua. – Fala rindo.

Vanessa levanta e Nanny toma seu lugar, fala algumas coisas com Bruna e Luan aparece dando tchau e agradecendo. Parecia aquelas pessoas em recreação com um monte de criança fazendo mímica, Nanny riu mais ainda.

Abre a porta e se depara com um monte de flores a sua frente, Luan do outro lado estava atento a qualquer barulho, conversa, mais não podia se ouvir nada, e era angustiante essa sensação.

- Flores?! – Que lindas obrigada. – Vanessa fala sem graça.

- Espero que goste – ele a olha e a vê vestida daquele jeito – Estava dormindo? Me desculpe.
- Não, não eu estava acordada, mais tô naqueles dias que seu pijama é a melhor roupa que você tem pra vestir. – fala com vergonha.

- Está linda do mesmo jeito minha menina!

Luan o escuta ele chamando de “minha menina” e fecha o punho.

- Não vai me convidar pra entrar? Nem me dar um abraço.

- Ah desculpe, entra.

Os dois se abraçam, e ficam um tempo, ele não tinha visto Nanny ainda, tanto ela como Bruna e Luan, estavam em silêncio, tentando ouvir a conversa.

Ainda abraçados: - Que bom te ver assim viva mais uma vez, confesso que senti muito medo de te perder, de não poder mais te abraçar, sentir você assim perto. Foi angustiante partir e te deixar lá.

Vanessa sabia que era tudo verdade e se emociona: - Eu sei, me desculpe por isso, e obrigada, por me ajudar naquele dia, você foi realmente necessário, obrigada por tudo, senti sua falta. E eu não deixaria vocês tão cedo.

Ele ri quando ela faz essa colocação e acaricia seu rosto com o polegar, Nanny vê e percebe algo por vir, Vanessa por incrível que pareça ficava hipinotizada perto dele então grita asustando os dois.

- A gente matava ela se ela nos deixasse assim tão rápido não é Sorocaba!?

Luan percebe que algo estava acontecendo pra Nanny falar urgente daquele jeito e agradece mesmo com revolta a Anderson pela idéia.

- Nanny? O que você tá fazendo aqui? – Ele realmente não esperava.

- O mesmo que você fazendo uma visitinha a Vanessa, quer dizer visita não, hospedada aqui. – Ri ironicamnete.

- Essa é das minhas! – Fala Bruna, e Luan ri.

- H-O-S-P-E-D-A-D-A? – Ele pergunta e olha Vanessa pedindo explicação.

Fala cansada de tanto explicar a mesma coisa: - Ela está com um problema no apartamento dela e veio ficar aqui.

- Ah certo, que bom né? Pelo menos não fica sozinha. - Fala decepcionado

Vanessa acena com a cabeça, fecha a porta e vai até Nanny que falava.

- Hoje não é seu dia de ficar sozinha Vanessa, veja que maravilha, eu, o Sorocaba e a Bruna! – Ri.

- A Bruna? Ela está aqui também? 
 
- Não Sorocaba - Vanessa via que ele estava assustado com tudo, e não entendia o porque – a gente estava a pouco conversando com a Bruna pelo computador.

Bruna grita alto: - Olha eu aqui! 
 
- Oi Bruninha! Tá sem luz aí é? Escuro! – Sorocaba fala rindo a olhando pela microjanela.

- Não bobo, prefiro assim tá, a intenção aqui é me ver e não meu quarto. – Mostra a língua.

Luan tentava controlar o riso, tinha dado certo, ele estava surpreso com tudo, realmente não esperava essa recepção e coitada de Vanessa inocente na história. Um dia contaria isso tudo a ela. Mais a vê com as flores e sente aquela pontada de ciúme.

- Senta Sorocaba, eu vou colocar as flores no vaso, tadinhas daqui a pouco estão murchas, fiquem ai com a Bruna que volto rápido.

Vanessa sai, ela segurava as flores de uma forma diferente, parecia não ter gostado delas, tinha um cuidado e uma pena que intrigou Sorocaba, mais desviou a atenção para Nanny que falava o olhando.

- Estraguei alguma coisa? Parece que não gostou de me ver aqui – ela é direta e fala baixo pra Vanessa não ouvir. 
 
- Não, de forma alguma. – Mentia mal. – Só queria fazer um pouco de companhia, mais você chegou primeiro.

Bruna e Luan conseguiram entender a insatisfação dele, pelo menos hoje tinham conseguido, mais Luan sabia que Sorocaba tinha show no Rio esses dias e convidaria Vanessa, isso era certo. Começava a pensar em outras soluções para isso.


2 comentários:

  1. ameeeiii ( : Ta indo muito beem ! :P To ligada em cada capitulo ( :

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  2. ameiiiiiiiiiiii*-------------------------------------------*

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