Depois da entrevista Luan teve um pouco de paz, faltava apenas duas semanas para a gravação do DVD, e os shows e a correria não paravam, o pessoal da banda estava reunido quando o celular do Pexola toca.
- Oi minha baixinha, saudades.
- Baixinha é? Saudades também.
- Ô Iara, calma, cê sabe que gosto de brincar com você, e aí, como cê tá?
- Bem e você?
- Muita correria.
- Imagino, olha e o Luan?
Pexola se afasta um pouco.
- Tá na mesma Iara, frio, seco, parece um zumbi, não brinca mais e talz, trancado no seu mundo sabe?
- Mais ele não parece, pelo menos é o que vejo na imprensa.
- Fachada minha flor, me conta e a Vanessa? Notícias?
Nesse momento Luan chega e escuta.
- Sim ela está tentando se reconstruir, ela finge estar bem e a gente finge que acredita.
- Entendo, sabe Iara, eu ainda não entendo como essa história aconteceu, eu vi o jeito que ela estava quando a levei no aeroporto, ela tava mal.
- Sim, e a pessoa que deveria enxergar isso é cega, mais agora é tarde, no dia em que ele se der conta vai perceber o erro, e como eu conheço a Vanessa, não vai ter volta.
Luan não aguenta mais ouvir e sai.
- Não sei amor, nunca é tarde, eu queria muito ajudar, só preciso de alguém, de uma pista, mais não tenho tempo.
- Entendo, e a Bruna, tem visto?
- Não, só sei que o clima entre ela e o irmão não é bom.
- Que chato isso hein? Olha, vou desligar, preciso sair, tchau
- Até mais.
Quase dois meses, e Vanessa continuava a sua rotina, tinha feito algumas amizades, todos no hotel gostavam dela, sempre educada, trouxe um pouquinho do jeitinho brasileiro que agradava a todos, na empresa a tarde se dedicava ao máximo, buscando mais e mais experiência, se quisesse ser uma grande profissional quando voltasse teria que se dedicar.
Vanessa só mantinha contato por telefone, não usava a internet pra saber notícias do Brasil ou conversar com seus amigos, seu noot estava do mesmo jeito que veio do Brasil, seus arquivos, suas fotos, se recusava a querer ver, porque sabia o que iria encontrar.
A noite procurava ler, lia até adormecer, mais não dormia por muito tempo, passava a noite acordada na maioria das vezes, afinal desde que chegou, nunca dormira bem, então lia, e lia muito, tentando ocupar sua mente e não pensar no que não se deve lembrar.
Numa noite de sexta-feira, seu telefone toca, não reconhece o número, mais atende mesmo assim.
- Alô?
- Vanessa?
- Sim, quem deseja?
- Não está me reconhecendo?
- É a Bruna?
- Sim, sim!
Bruna estava no seu quarto, falava no viva-voz enquanto mexia na internet, seus pais não estavam em casa, aproveitaram pra sair, já que o Luan passava essa noite em casa, o próprio, estava nesse momento se dirigindo até Bruna para perguntar aonde estava sua agenda, ele pára bem na porta quando ouve o nome da Vanessa.
- Oi Bruna, tudo bem com você?
- Não né? Sinto sua falta, dois meses quase né Vanessa?
- É, dois meses...também sinto sua falta.
- Como você está?
- Bem, bastante ocupada, estudo pela manhã, vou pra empresa a tarde e procuro não ter tempo livre, estou quase esquecendo o português, você acredita?
Vanessa ri, mais não convenceu, Luan se sentiu mal quando ela disse que estava bem e pensou: - Ela está bem, e eu aqui tentando me recompor ainda.
- Ai Vanessa, não finge.
Luan se assusta ao ouvir o tom de voz de Bruna, e Vanessa presta mais atenção na conversa, Bruna continua falando.
- Você não está bem coisa nenhuma, dá pra perceber, tudo por conta daquele idiota do Luan.
- Bruna não...
Vanessa queria parar Bruna, não queria lembrar tudo de novo, doía muito. Mais Bruna continua falando, Luan está mais atento a conversa.
- Não acredito ainda no que aconteceu, ele também não está nada bem, mesmo se passando dois meses, mais ele deveria ter acreditado em você, a imprensa aqui quase sufocou a gente, e aquelas fotos então? Só piorou a situação, olha, pra mim, isso tem cheiro de armação, a gente não tá se falando direito ainda, vai ter a gravação do DVD dele agora nesse final de semana, só vou pelos meus pais, acho que ele vai cantar a música que fez pra você, ele pensa que não vejo, mais vez em quando ele pega os anéis de vocês e fica olhando um tempão, olha Vanessa, eu sei que ele não te esqueceu, se eu soubesse quem era aquele cara eu iria atrás dele, te juro.
Luan estava com raiva, porque apesar de tudo que tinha feito ele não esqueceu Vanessa, e Bruna percebeu isso, e pior estava contando pra ela agora nesse exato momento, ele para de se questionar quando ouve a voz de Vanessa interrompendo Bruna, Vanessa não agüentava mais ouvir falar nele, tudo estava voltando a tona.
- Bruna, Bruna, para um minuto por favor?
- Sim?
- Olha Bruna, me desculpa pelo que vou falar agora, mais é necessário...
(Luan fica mais atento)
- Claro, estou ouvindo.
- Você acabou de me fazer lembrar o que eu venho lutando infinamente para esquecer a quase dois meses, eu sei que foi sem querer, mais não quero lembrar, eu gosto muito de você, e fico feliz por acreditar em mim e querer ajudar, mais não tem mais volta Bruna, decisões já foram tomadas, e é melhor assim, cada um segue seu caminho, e olha, ele é seu irmão, ele também deve ter sofrido, dá um desconto, vai na gravação, vai ser importante pra ele, daqui a alguns meses isso vai ter passado por completo, assim eu espero, mais enfim, só te peço isso, olha pode ligar pra mim sempre que puder, eu te atenderei, no momento só uso o telefone, quando voltar pra Internet, manteremos contato por lá também, mais não fala mais nele, por mim?
- Olha, você é boa demais pra ele sabia? Se sacrificando sem ter culpa, ele é um bobo em não acreditar em você!
- Bruna?
- Desculpa, não vou mais falar nisso ok? Por você, e vou falar com ele sim, mais só porque você pediu.
- Não, porque é o certo a se fazer, e você é uma boa menina.
- Sinto sua falta, muito de verdade, um ano é muito tempo.
- Vai passar rápido sua boba, você vai ver, e também sinto sua falta, olha vou desligar, já é tarde e você mocinha vai já dormir.
- KKKK’, tá bom, olha, prometo ligar pra você mais vezes e ser uma boa menina.
- Muito bem, um beijo.
- Outro, saudades.
Luan fica um tempo processando o que ouviu...
- Agora eu sou o vilão? Fui traído, to sofrendo porque ainda amo ela, e minha irmão ainda a defende, isso é demais pra mim, o que é que falta acontecer mais? Isso não pode ficar assim, preciso arrumar outra pessoa, várias até esquecê-la. E vou começar isso logo.
Luan entra no quarto de Bruna.
- Posso entrar?
- Já entrou né? Já tá ai a muito tempo?
Bruna pergunta preocupada com medo que Luan tenha ouvido tudo.
- Não, cheguei agora, olha você viu minha agenda?
- Não, não vi.
Bruna levanta e continua falando.
- Olha Luan, eu vou no sábado pra gravação do seu DVD, não vou te pedir desculpas, nem mudar minha opinião, mais vem cá, me dá um abraço, irmãos novamente?
- Cla...claro, nossa é muito bom ouvir isso, obrigado.
Bruna fala baixinho contra seu peito, mais ele consegue ouvir.
- Você tem que agradecer a outra pessoa.
- Como?
É muito bom te abraçar de novo seu chato!
- Ah, tá! Vou descer então, procurar lá embaixo.
Luan sai atordoado, porque apesar de tudo ela fez com que a Bruna falasse com ele, e ele não aceitava isso, ela queria usar a irmã dele, ninguém via isso?
Bruna no quarto pensava em como ajudar os dois, ela precisaria saber quem era aquele garoto que beijou Vanessa, e ia descobrir, só não sabia como.
Vanessa estava se sentindo mal depois da conversa com Bruna, ela trouxe tudo de volta, saber que ele ainda pensava nela, que talvez ainda a amasse a feriu mais ainda, não dormiu bem aquela noite, assim como todas desde que chegou nos EUA, e mais uma vez teve o mesmo sonho, corria muito atrás do Luan, gritava mais ele não ouvia, e ficava cada vez mais distante dela.
Esse segundo mês ainda continua...COMENTEM.