Capítulo 4 ( Parte 16)

- Você tem certeza do que você fala Vanessa? -  Mari a olhava sério.

- Ainda pergunta?  - senta mais uma vez cansada no sofá.

- Agora é a minha vez. – Mari a acompanha e senta do seu lado, agora mais calmas. – Você sabe mais do que eu o que passou esse tempo todo não sabe? – ela faz que sim com a cabeça – ótimo. Eu só quero que pense bem, é um cuidado de mão Vanessa, eu vi seu sofrimento, o que passou, o que esse garoto fez com você. Você quase morreu filha!

- Quase. – conclui – ainda estou aqui.

- Certo, está aqui, mais tem certeza que está disposta a passar por tudo mais uma vez?

- Eu não vou sofrer tudo mãe, ele está comigo.

- Não me referi a isso, falo de sua exposição, ele não pode ser um namorado normal, te levar no cinema, passar um final de semana com você, sair, viajar...ter uma vida social e um relacionamento normal filha...

- Eu sei disso mãe, se esse é o preço eu estou disposta, e vale ressaltar que a sua preferência pelo Sorocaba também é valida pra isso, ele nunca seria um namorado normal pra mim. – rebate.

- Mais seria diferente, ele te ama, cuidaria bem melhor de você.

- O Luan também me ama mãe – fala cansada – e sabe cuidar de mim, e não há como mudar isso.

- Eu quero o seu bem.

- Se você me entender e apoiar, ao invés de ficar do lado de lá, garanto que vai estar me fazendo bem mãe, mais enquanto estivermos assim, com essas divergências, não estarei nada bem.

- Eu não sei..não sei sinceramente! Você gosta mesmo de se machucar! – fala como se não entendesse.

Vanessa lembra de algo que a faria entender e põe pra fora: - Mãe...O que você sentia quando se apaixonou pelo meu pai?

- Amor , o que eu mais sentia?

- Você lembra que um dia, assim que o perdemos, começou a me contar como se conheceram? – insistia.

- Lembro, perfeitamente, era uma de suas histórias preferidas antes de dormir. 

- Ainda lembra da história?

- Aonde você quer chegar Vanessa?

- Apenas conte-a pra mim, mais uma vez e garanto que vai entender – Vanessa gesticula para que ela sente ao seu lado e num gesto humano apóia sua cabeça em seu colo, como sempre fazia.

- Era um dia normal na faculdade – Mari começava a contar – época de provas, correria, eu nunca fui de me entrosar com as pessoas, ficava lá na cantina no meu canto com outras duas amigas, e sempre observava uma roda de garotos e garotas que sabiam o que era se divertir, um deles tocava violão.

- Meu pai. – Vanessa fala com orgulho.

- Isso, eles realmente sabiam como se divertir, cantavam o intervalo todo, e esse garoto sempre me lançava olhares que me deixavam sem saber o que fazer, minhas amigas diziam que ele estava a fim de mim, procurou saber sobre meu curso, onde morava, qual sala eu estudava, mais nunca chegou pra falar comigo. Até que um dia...

- Minha parte preferida – Vanessa fazia alguns comentários, não existia mais o clima de briga, ali era apenas uma menina no colo de sua mãe ouvindo mais uma história antes de dormir..

- Minhas amigas não vieram esse dia e eu fui até a cantina sozinha, me sentei o mais distante das pessoas, e o seu pai, saiu daquela roda de amigos com seu violão e veio sentar comigo.

- E ele cantou pra você. – seus olhos brilhavam imaginando a cena que era contada.

- Levei um susto, ver aquele garoto se aproximar sorrindo pra mim, dizer um “oi”, nem se apresentar e começar  a cantar pra mim. Eu fiquei encantada, ele se apresentou, disse que era músico, tinha uma pequena banda e estudava Economia.

Mari começa a alisar os cabelos de sua filha e ela fecha os olhos aproveitando o máximo da sensação.

- Começou a falar dos seus planos, da vontade de abrir uma escola de música, falava dos seus pais, sua família e eu também me abria com ele depois percebemos que o pátio estava vazio e estávamos perdendo o segundo tempo das aulas. O tempo com ele não fazia snetido algum.

- E entre esses planos o que ele disse? – Mari ri pois era a mesma pergunta que Vanessa fazia quando pequena, e era a melhor parte.

- Que queria compartilhar tudo isso comigo, juntos. Que queria namorar comigo, casar, ter filhos e cantar todas as noites pra mim. – ela ri lembrando.

- E ele cumpriu, mesmo sem você perceber, todas as noites quando ele pegava o violão na varanda, ele cantava pra você.

- Eu sei disso. Pode me explicar agora aonde quer chegar?

- Ainda não acabou, vem a parte que eu preciso, a do vovô. – insiste.

- Bom seu avô e sua avó não eram de acordo, não queriam que eu namorasse com um músico, e mesmo estudando economia, eles diziam que a música não era profissão, era coisa de desocupado e ele não serviria pra mim.

- Como você tá agindo agora comigo. – a olha levantando um pouco a cabeça que estava apoiada em seu colo – e você deu ouvidos a eles?

- Não. – responde entendendo onde ela queria chegar.

- Porque não? Se o que eles queriam era o que achava certo pra você, como boa filha deveria ter ouvido seus pais e ter casado com um banqueiro e não com um músico.

- Porque eu o amava, era o que eu queria pra mim, era o que me fazia sentir bem com quem eu queria construir uma vida, uma família, dormir e acordar ao sue lado, e o que meus pais me diziam não importava, ele era o certo. Enfrentamos tudo, nos casamos, tivemos você, nosso maior presente e vivemos nosso amor.

- Você chegou a  falar isso pra ele?

- Sim, todas as noites conversávamos sobre isso.

- Vê alguma diferença entre você e eu agora?

- Nenhuma.

- O que queria que seus pais tivessem feito, mesmo sabendo que no final iriam ficar juntos?

- Me apoiado. – admite derrotada.

- Se meu pai estivesse aqui, agora com a gente, acha que de que lado ele estaria? – levanta e a encara nos olhos.

- Do seu.

- Acha que estaria tentando decidir por mim, pelo que é certo ou errado?

- Não.

- Porque?

- Porque vivemos juntos a mesma situação.

Mari entendia perfeitamente o que ela queria com essa conversa, esse paralelo entre ela e Luan com a história de amor dos dois. Não havia mais o que discutir.

- Ainda vaí ficar do lado de lá? – pergunta com medo.

Com lágrimas nos olhos num gesto rápido Mari a abraça e ambas começam a chorar, ficam ali, unidas naquele abraço, mais uma vez, seguro e aconchegante, como sempre deveria ser.

- Eu vou ficar com você. – Mari enxuga as lágrimas que escorriam no rosto de Vanessa e sorri ainda sem graça. – do seu lado, vou te apoiar e estar aqui quando precisar, prometo.

- Não sabe o quanto fico feliz em ouvir isso mãe. – a abraça mais uma vez.

- Me desculpe, me desculpe, mais você também me entende. És meu bem mais precioso e dói muito em mim te ver triste como eu te vi.

- Isos não vai acontecer, acredite em mim. E você também deve um pedido de desculpas ai Luan.

Ela a olha rejeitando a idéia.

- Por favor? Por mim?

- Eu vou tentar, aos poucos, me dê um tempo ok?

Ela sorri e entende a mãe concordando com a cabeça.

A abraça mais uma vez e fica aninhada em seu colo, se sentia uma criança, já era noite e o tempo havia esfriado, de olhos fechados ouvia-se apens o Tic-Tac do relógio e o leve som das mãos de Mari sob seus cabelos, vez ou outra a enchendo de beijos.

Pensava em tudo que aconteceu, a conversa com a sua mãe e que deveria ter usado esse meio antes. Lembra do seu pai, como seria ver ele lutando ao seu lado nessa situação e sussurra baixinho: - Obrigada pai, sei que hoje me ajudou aí de cima, eu te amo.

- O que disse? – Mari não havia entendido.

- Eu te amo. – a abraça mais forte.

- Eu também te amo filha.

CONTINUA...

Meninas! Confesso que me emocionei muito fazendo esse capítulo

Não se se foi as lembranças do meu pai ou a TPM..hahaha..

Mais tô muito chorona ultimamente (eunãoeraassimtá) KKKKK'

Mais enfim, espero que estejam gostando viu?

De verdade!

Eu disse que a #Fic está perto do seu final (sim está) mais podem ficar tranquilas

esse mes de janeiro irei escrever todos os dias! Então terão mais alguns capitulos a frente!

Tem muita coisa pra acontecer...

Aguardem e confiem! hihi ;*

Paz&Bem