Capítulo 4 ( Parte 29)

Uma semana depois...

- Meu Deus, mais o que é isso! – Vanessa entrava assustada em sua sala.

- O que foi dessa vez?

- Você viu a quantidade de repórteres e fotógrafos lá fora no pátio da empresa? – apontava em direção a porta indicando lá fora.

- Já faz uma hora que os seguranças estão tentando botar eles pra fora – Nanny falava com uma tranqüilidade fora do comum – mais agora que você chegou e não declarou nada, eles devem ir.

- Duvido disso, vou pedir pra Márcia ir lá, já que ela trabalha com a parte de publicidade, pedirei pra fazer uma nota e entregar a eles.

- Vanessa, faz uma semana que eles fazem isso não acha melhor você ir lá?

- Eu sei! – falava angustiada - Faz uma semana que tem gente me seguindo aqui, no prédio, na padaria.

- Isso só vai passar – coloca entre aspas – quando você falar alguma coisa.

Vanessa liga pra sala de Marcia e pede pra ela criar uma  nota, dizendo o principal que está tudo bem com o relacionamento dos dois, que ela e Luan estão super felizes, e não vai declarar mais nada.

- Pronto, em partes resolvido, ela disse que daqui a meia hora desce e entrega a eles.

- E você como tá?

- Eu? Tirando os xingamentos das fãs dele em todas as redes sociais, tá tudo ótimo. – senta numa cadeira de frente pra Nanny.

- Recebeu mais ameaças?

- Inúmeras, vou pegar você, reza pra eu não te encontrar na rua sua poser, o Luan é cego só pode ser, a gente te odeia.  – Mudava a voz e fazia algumas expressões enquanto imitava, Nanny ria.

- Mesmo o Luan exclarecendo tudo naquele dia? Não entendo...

- É em vão Nanny, mais eu não estou me importando, mais cedo ou mais tarde elas vão ter que aceitar, respeito elas e sei do carinho que o Luan tem pelas meninas, o melhor é ignorar.

- Melhor andar com um colete e capacete ao sair na rua.

- Já pensei nisso, mais é respeitar por enquanto e nem procuro ler essas mensagens, sabia que seria assim.

- É complicado.

- Mais e você e o Sorocaba? Me conta vai! – muda de assunto.

- A gente tá saindo, ele é tão incrível, e pior, esqueci de te mostrar enquanto tava em Recife saiu uma nota, deixa eu procurar o site.

Era uma pequena nota com a foto dos dois em uma boate, Sorocaba segurava um copo em uma das mãos enquanto conversava com Nanny.

- Amei o seu perfil. – Vanessa elogiava.

- Ah para vai, pelo menos não descobriram meu nome, sou apenas “a morena”. – ria.

- Vai se acostumando, ser namorada de cantor não é fácil não amor.

- Mais e o show hoje? Tá tudo certo?

- Eu que pergunto se você vai comigo né?

- Claro que vou, eu prometi lembra?

- Pois te pego ás oito.

- Porque tão cedo? – reclama.

- Porque quero aproveitar mais tempo com meu amor. – ri saindo da sala enquanto Nanny fazia algumas caretas.

Luan faria um show no Rio esse mês, e aquele era o dia, seria o primeiro show que Vanessa iria como namorada de Luan, estava com um frio na barriga fora do comum, suas pernas tremiam imaginando a reação, ela não usaria mais capuz, ou teria que se esconder, entraria pela frente, com todos a enxergando de fato.

Quando menos você quer enfrentar uma coisa, mais o dia corre depressa, a noite chegou rápido demais, Luan ligou algumas vezes informando que já estava no Rio e teria uma entrevista para uma certa revista e por isso não passaria no apartamento, aguardaria no local do show.

Ás sete Vanessa saia em direção a casa de Nanny, iriam juntas, ambas estavam de vestido, Vanessa com um preto, que marcava suas curvas e Nanny com um dourado fosco.

- Está nervosa?

- Só com medo de arremeçarem umas trocentas pedras em mim, mais tudo bem.

- O Luan não deixaria isso acontecer.

- Eu sei, não é a toa que o Wellington vai vir nos encontrar no estacionamento.

Chegam ao local do show, era uma das maiores casas do Rio de Janeiro, e parecia estar lotada.

- Você não disse que era apenas o Wellington? – Pergunta apreeensiva.

- Sim, porque? – Nanny aponta pra sua direita e vêem se aproximando quatro seguranças, e um deles era Wellington.

- Ai meu Deus. – Vanessa geme descendo do carro.

Caminham uma atrás da outra com dois seguranças de cada lado as escoltando, agora sim chamariam atenção, filas e mais filas de pessoas estavam bem a sua frente, meninas com faixas na cabeça com o nome de Luan, outras com cartazes e uma mistura de sentimentos muito louca, gritavam seu nome, apontavam a “namorada do Luan”, ao passar por perto algumas meninas diziam “ olha como ela é bonita”, muitos gritos e em meio a eles alguns palavrões.

 Vanessa não ouviu direito, procurava filtrar só os comentários inofensivos,  mais viu Wellington virar e encarar uma menina friamente, apontando o dedo bem na sua cara e dizendo: - Mais respeito. – Entraram na casa de show pra seu alívio, o barulho diminuiu e foram direto ao camarim. Nanny pegou em sua mão e bastou olhar, demonstrando que estava tudo bem, que tinha passado.

A porta se abre e então tudo que passou é esquecido, lá estava ele andando de um lado a outro, nervoso, parecia apreensivo e quando a vê tudo passa.

- Vanessa! – sorri e vai ao seu encontro dando-a um beijo – demorou tanto, fiquei preocupado.

- Luan, ainda não são oito horas. – Nanny responde pra ele que faz uma careta.

- Fiquei preocupado, e aí como foi?

Vanessa não queria assustá-lo dizendo que foi “mal recebida” então foi breve: - Tranquilo. – parecia sincera e ele acreditou. – senti sua falta.

- Eu também meu amor. – se abraçam mais uma vez.

Rober chega perto de Nanny e cruza os braços a imitando e fica observando os dois trocando carinho.

- Uma semana já pensou? Imagine um mês. – Rober joga as mãos pra cima rindo.

- É complicado, não sabe o quanto ela fica estressada longe dele, dói nos nervos.

- Garanto que não é pior do que agüentar o Luan 24hrs falando em Vanessa, até dormindo, eu não agüento mais. – os dois começam a rir.

- Eu estou ouvindo tudo Roberval – aponta o acusando.

- Só falei a verdade. – defende-se.

Até Dagmar entrar no camarim cheia de papéis e com muita pressa. – Você ainda está ai? As fãs já estão organizadas na fila, vamos, vamos! – batia palmas.

Todos em silêncio até que Vanessa quem fala: - Oi Dagmar.

- Ah Vanessa, me desculpe não vi você, oi como vai?

- Bem, eu acho. – ri – bom amor nós vamos pro camarote ok? Pode atender suas fãs tranquilamente. – dá um selinho e ia saindo, até Luan puxar seu braço.

- Não, você fica aqui.

- Luan eu não vou ficar a vontade, elas vão me olhar estranho.

- Nem todas são iguais, e você é minha namorada, pode ficar ali no canto sentada observando, mais fica por favor? 

- Tudo bem.

Nanny ficou fazendo compania a amiga sentadas num sofá vermelho de canto, observavam Luan em pé ajeitando os cabelos, mexendo as pernas inquieto enquanto Rober se dirigia até lá fora, para vir com a primeira menina. Luan mandava beijo e fazia coraçõezinhos pra Vanessa que ria de suas caras e bocas, parando quando a porta fez um barulho e a garota entrou correndo direto pros seus braços que já advinhando aguardavam-na abertos.

Ela chorava, quase não conseguia falar, Luan era atencioso, recebeu suas cartas, enchugou algumas lágrimas do seu rosto com o polegar dizendo: - Não chora linda, se não nossa foto não vai ficar legal.

A menina deu um meio sorriso como se seu universo estivesse todo ali, na sua frente, concordou com a cabeça enquanto Rober dizia: - Sorriam, olha o passarinho. Pronto, pode dar mais um abraço e aguardar uma próxima vez.

Ela aperta Luan com todas as suas forças sussurrando baixinho um “eu te amo”, e sai aos pulos gritando : - eu abracei ele, eu abracei ele!

 Vanessa observava aquilo tudo com emoção, não entendia de onde vinha tanto amor, mais sabia que era pela mesma pessoa que lhe fazia perder o chão, pela pessoa mais bela e encantadora de todo o universo, da voz de anjo e corpo de sol.  

Outras meninas entraram, algumas , poucas aliás,  perceberam sua presença, nenhuma reação exagerada ou de repulsa, algumas delas até pediram pra tirarem fotos juntos, o que fez Luan abrir um sorriso que iluminou todo o ambiente, Vanessa com um pouco de vergonha pela situação, mais Luan a abraçou, a garota ainda estava no camarim, beijou ela e disse eu te amo, suas bochechas ficaram num lindo tom vermelho.

A adolescente assistiu tudo aquilo e ao virar pra prota olhou e disse: - Faz ele feliz. – Vanessa sorriu de acordo.

- Tá vendo?

- Hum rum. – concorda dando um selinho e volta a sentar.

A última pessoa a entrar foi uma mulher acompanhando uma garota de dez, onze anos mais ou menos, a menina era magrinha, parecia frágil e com vergoha, apenas sorria admirando seu ídolo.

- Oi lindona tudo bem? – Luan a abraça – essa é sua mãe? Parece com você. – A garota permanecia em silêncio, reação estranha, tinha alguma coisa errada.

- Luan – a mãe da menina falava enquanto ela desviava os olhos de Luan envergonhada – essa é a Gabriela, minha filha.

- Tá com vergonha Gabi? Fica tranqüila. – Luan falava.

- Ela não fala Luan. – a mãe dizia com calma. – ela é deficiente auditiva.

- Ah desculpe – ele quem fica envergonhado e Gabriela vira-se em direção a Vanessa com a mão na boca e o olhinho fechado com vergonha.

- Mais como ela não ouve e...- Luan fica em dúvida até olhar pro lado e vê Vanessa fazendo vários sinais com as mãos e interagindo com a menina.

- Ela é oralizada Luan. – Vanessa quem respondia o olhando enquanto levantava, continuava a conversar com a menina, ela parecia encantada com a situação inusitada.

- Oralizada? – Rober também parecia confuso tão quanto Luan.

- Isso, ela não é totalmente surda, se ouvir extremamente alto, consegue entender algumas coisas, mais é incapaz de se comunicar sem ser por sinais, melhor libras, ela consegue entender o que nós conversamos, ela lê nossos lábios e compreende. – A mãe explicava.

- Tipo aquele pessoal do fantásico que faz a leitura labial nos jogos? – Luan fala maravilhado, a menina prestava atenção minunciosamente enquanto ele falava e dá um sorriso concordando com a cebeça.

- Eles são surdos também amor, só que oralizados, a Gabi por exemplo é um deles, ouve pouquíssima coisa, ou quase nada,  suponho que ela deve ter algum aparelho auditivo – olha pra mãe de Gabi que concorda – o fonoaudiólogo ajuda, e eles conseguem desenvolver a leitura a escrita e a leitura labial, que é o caso da Gabi, pode ter certeza que ela está entendendo tudo entre nós, só que comunica-se apenas através dos sinais.

- Ela se recusava a usar o aparelho auditivo, porque mesmo com ele sua audição é quase zero, e juro que ela só usa pra ouvir as músicas do Luan, tivemos que nos mudar de casa porque ela colocava o som no último volume. – a mãe explicava com orgulho, todos estavam maravilhados. 

- Qual a música preferida dela? – Luan pergunta a mãe da menina.

- Não faça isso. – Vanessa reclama e ele a olha estranho – pergunte diretamente a ela, faça ela se sentir no meio da conversa eu traduzo, você gostaria de me perguntar alguma coisa e a Nanny responder por mim? – Luan entende o que ela dizia e olha pra menina.

- E então Gabi, qual sua música preferida?

A garota observava os movimentos da boca de Luan e começa a falar com as mãozinhas urgentes, olhando em seus olhos, sua mãe e Vanessa começavam a rir.

- O que foi gente? – diz confuso.

Vaness quem fala.- Ela disse que a preferida são todas, não dá pra escolher apenas uma e que você é bonito, muito bonito. 

- Ah obrigada lindona. Vem vamos tirar uma foto que daqui a pouco a Dag me mata por atrasar o show.

A menina o abraça forte e tiram as fotos, olha pra Vanessa e fala alguma coisa que só ela entendia, dá um tchau e sai com os olhinhos brilhando.

- Nossa que loucura. – Rober fala sentando ao lado de Nanny.

- Nunca passei por isso. – Luan completa.

- E você fala com mudos? – Nanny pergunta.

- Mudos não, eles não gostam de ser chamados de mudos, são apenas surdos, ou deficientes auditivos.

- Ah tá, desculpe sabe tudo no assunto.

- Mais eu não sabia que tinha essa diferença – Luan senta um pouco ao seu lado – surdo oralizado.

- Eles fazem todo um trabalho em cima disso, intenso na verdade com o fonoaudiólogo, dessa forma conseguem trabalhar, ler e fazer outras coisas como pessoas normais, sem se deter apenas a língua dos sinais.

- E você sempre me surpreendendo hein amor? Achei lindo ver você mechendo as mãos falando com a Gabi. 

Vanessa ri.- Posos te ensinar, mais eu só quis ajudar, ela tava morrendo de vergonha, por isso pedi pra que conversasse olhando diretamente pra ela, eles precisam se sentir a vontade, inclusos na verdade.

- Mais o que ela te disse no final? Quando ia embora?

- Ela agradeceu, disse que eu sou linda  e que gostou de mim como namorada do Luan.

- Ah que linda! – Luan beija seu rosto.

- Que amor – Rober zomba – iremos já já desfrutar de mais um momento desses quando Dagmar Alba entrar por aquela porta aos berros brigando comigo pelo atraso do Luan Santana. E eu simplesmente vou dizer: - A culpa é dele – aponta pra Luan que levanta rápido demais e vai tirando a camisa, pegando outra enquanto Roebr observava.

- Me ajuda aqui cara! Ela tá já chegando.

- Tem certeza que me importo? – ri.

- Eu vou te matar Roberval. – Entra dentro do banheiro.

As meninas começavam a rir de Luan reclamando lá dentro, Rober já tinha ido ajudar ele, enquanto elas se dirigiam ao camarote, encontram Dagmar no corredor e se olham imaginando o que ela iria falar. Vanessa estava muito feliz, por algumas reações das fãs e por ter ajudado aquela menina, o show mais uma vez foi um sucesso, levantou o público, Luan não deixou de faalr em seu nome, dedicando a música sinais pra Vanessa que ficou muito envergonhada na hora, ao término do show Luan não pode demorar, iria viajar pra São Paulo chegando pela madrugada, teria vários compromissos com as emissoras e com a gravação do seu novo CD.

Com o coração apertado Vanessa o vê partir, com a mesma promessa de se encontrarem mais uma vez quando fosse a vontade de Deus, dois corações torcendo para que não demorasse muito.

CONTINUA..

Amores, aguardem muitas coisas pro próximos capítulos

Primeiro, quero saber o que acharam da #BaladaDasNegas.

Gostaram, não gostaram...

Se foi rápido demais....

Se valeu a pena.

Vamos lá.

Eu só de estar vendo o Luan de perto, a 30 centímetros de distância de mim,

já valeria muito a pena. 

@FanficUmaHdAmor @_Vanesssaa_